Ainda sorrio com você
ainda não sei te dizer
não finjo nada, mas te evito
(peço desculpas sem querer)
sinto o silêncio do teu grito
e percebo, aflito, teus planos:
sonhos bonitos pros próximos anos!
mas mãos dadas me soam atadas
e prevejo teus desenganos
e por isso me repito
e prolongo esse desejo fugaz
te fazendo pensar
que há um tempo de viver o antes
que há tempo de voltar atrás
pra a calma das lembranças flutuantes
e assim você mantém-se bela, em paz
insistindo na velha vela
que não tremula mais.
sem vento, resta-nos o cais
com a esperança da partida
o sal nos olhos da despedida
minha ausência, mesmo ao teu lado
minha boca cheia de beijos gelados, sem rancor
assim seguimos sorrindo calados
ancorados neste frio ardor
e teus lábios agora molhados
pelo mar amargo do meu não-amor
07 novembro 2006
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