Vi botões de um jardim
machucarem-se em espinhos
aguardando a primavera
chorando em seus caminhos
o orvalho da espera
no inverno sem carinho
cativo,
cultivei-as
hoje meu jardim de rosas,
floresce em duas cores:
brancas e formosas
coradas de pudores
as rubras,
dos febris amores
falaram-me ao coração
dispersando seus odores
de uma tarde de paixão
as brancas,
pálidas de tão puras
alvejaram meu olhar
e tal límpidas alvuras
fizeram-me cegar
desperto-as com meu afã
de admirá-las mais um dia
e minhas vadias manhãs
são floridas de alegria
com a graça de meninas
estendem seus copos nus
levíssimas bailarinas
bailando em busca de luz
e com sede dançam
nas tardes tropicais
saciando-se, balançam
sob notas pluviais
no silêncio das madrugadas
cansadas de meu olhar
suas sombras perfumadas
pairam leve pelo ar
e bocejam já cansadas
sob a prata do luar
deixando minhas amadas
ligeiro vou me deitar
até que os ninhos cantem
aqui no Rio de Janeiro
e todos se levantem
cada qual pra seu canteiro
07 novembro 2006
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