24 julho 2012

'dica de fotógrafo'


o que é negativo 

se não fica bem na foto
é melhor não revelar

-- Juan F de V Otoya

17 julho 2012

"saturado"

o passo aturado,
(andando parado),
quando pisa saturado
quer ser passado:
vai, enfrente!

--Juan Otoya

22 abril 2012

"Otimismo"


vejo com nostalgia o passado de um futuro que ainda há de ser
desde já sinto saudade dos amigos e dos amores
das noite de boêmia e cantoria
das vitórias merecidas
das derrotas injustas:
me lembro de tudo como se fosse amanhã
e ainda assim parece longe
a vida que vivo hoje

-- Juan Otoya

"O Fim"

há quem pense no futuro e faça planos
completos, complexos, simples, realizados

gente pessimista que olha para o tempo por vir
e se vê tropeçando, enganada e desafortunada

gente prática que se vê no espelho do futuro
antecipando soluções de problemas que não chegaram

gente otimista que olha pra frente e se vê
sorrindo radiante de felicidade dos bons tempos

há quem pense no futuro e sonhe ou chore.
essa gente que ao sondar o insondável, só vê o fim

viaja pensando em chegar
voa querendo pousar
compra calculando pagar
trabalha sonhando ganhar

bom ou ruim, vê o futuro assim:
uma estrada que leva pro fim

-- Juan Otoya

28 março 2012

destinada

se à vida destes nada,

ávida neste nada que és

destinada és a deste nada mais ser

--Juan Otoya


27 março 2012

'vem navegar'

vem navegar, meu amor,

vem navegar!

sente a brisa mudando,

entende o recado que traz:

novos ares, outros cais,

noutros mares, a mesma paz

vem navegar, meu amor,

vem navegar!

não sem rumo, nem rota

pois quem não sabe aonde vai

está ancorado ao ponto de partida

boiando em inerte marouço

vem navegar, meu amor,

vem navegar!

que o vento está sempre favorável,

às vezes não na direção que queríamos

mas se a boa maré nos direciona

pra quer ir contra a correnteza?

vem navegar, meu amor,

vem navegar!

que a hora da partida é chegada,

velas abertas nos mastros

rumo ao destino escolhido

e escrito em mapas e astros

--Juan F de V Otoya

'Aos Navegantes'

sempre leve nessa nave

o fundamental a teu mundo

tirando sempre lá do fundo

o que é apenas superficial

sempre leve essa nave,

pra que flutue portátil

não nômade nem volátil

apenas fácil de manobrar


--Juan Otoya

14 março 2012

dia nacional da poesia

oculta pela tinta fresca do muro
empoeirada no ostracismo da prateleira
mastigada com a rotina insossa
amassada pela condução lotada
omitida pela pressa passageira
extraviada em descarte postal
a beleza da poesia permanece

imune ao crepúsculo das mentes vãs
invulnerável às vaidades tolas da fama
incansável no combate às cretinas disparidades
projetando indeléveis imaginários oníricos
libertando da fadiga e do fastio
a beleza da poesia permanece

no relato desvairado do lunático sonhador
no mal redigido soneto para um amor sincero
no combate permanente dos homens justos
no retrato opressivo de uma era errante
a beleza poesia permanece

-- Juan Otoya