vagava pela orla
escutando as marolas
sem porto, nem cais,
quando, só, a vi
gema reluzente,
refugada pela ostra,
(que quis ser ostra só,
enconchando-se em si)
reconheci seu valor,
beleza outrora oculta,
pérola para poucos
que porcos não vêem brilhar
jóia singular diante de mim.
logo eu, rude amador
ofereci as alturas
de meu humilde altar
mostrei meu lapidar desejo
que expus com ébrio afã
de longos sinceros beijos
quis dar-lhe novo lar
ela rolou para longe
alheia ao perfeito plano
soltou-se no universo
dispersa no oceano
hoje nosso amor é sedimento
perdido na água turva do mar
não restou fragmento
ninguem soube desta história
guardo este sentimento
apenas em minha memória
-- Juan Otoya
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